Há alguns anos, a indústria automotiva debate a introdução de carros movidos à energia elétrica, o que ajudaria a reduzir o consumo de combustíveis fósseis e o impacto do transporte urbano no nível de emissões de gases poluentes. Em partes já estamos bastante próximos dessa realidade, com carros híbridos que combinam energia elétrica e combustíveis convencionais circulando pelos principais centros urbanos. O que talvez você ainda não saiba é que o mesmo conceito pode ser aplicado à aviação comercial, havendo estudos em curso que, dentro de alguns anos, darão origem ao primeiro modelo de avião movido à energia elétrica da história.
Liderado por engenheiros da Boeing, o SUGAR Volt é o primeiro projeto de aeronave que combina a potência dos motores da aviação comercial ao uso da energia elétrica, propondo um avião que levará a indústria aeronáutica um passo além do que estamos hoje. Por trás da ideia, está a busca constante por redução no consumo de combustível, hoje o principal custo das companhias aéreas em todo o mundo, e a meta de reduzir o nível de emissões da aviação - ainda que a contribuição dessa indústria seja mínima, estimada em 2% de todas as emissões causadas pelo homem.
“Os objetivos almejados pelo SUGAR Volt são reduzir a queima de combustível para cerca de 70% em comparação com o que os aviões de hoje queimam, ser mais silencioso e reduzir o impacto ambiental do transporte aéreo”, explica Marty Bradley, engenheiro do Centro de Pesquisa e Tecnologia da Boeing (BR&T). O planejamento da Boeing é que as inovações em estudo possam ser incorporadas aos novos modelos de aeronaves entre os anos de 2030 e 2050.
Para chegar à redução do consumo de combustível almejada, os engenheiros da Boeing trabalham em fórmulas que permitirão que as próximas gerações de jatos comerciais sejam recarregadas com energia elétrica ao chegar ao seu aeroporto de destino. Com a energia armazenada, partes do próximo voo poderão ser feitas sem o auxílio dos motores, o que na prática diminuiria o nível de emissões. Dentro deste conceito, os motores seriam guardados para fases do voo que exigem maior potência e consumo de energia, como no momento da decolagem.